A explicação para isto é
simples, tão simples que até dói: quer seja dinheiro, bens materiais ou posição,
toda a gente está progamada para querer mais. Vive-se
para o TER, em vez do SER!
Claro que muito do nosso progresso ao longo dos séculos se deve realmente a esse desejo de querer mais, maior, melhor, mais rápido, mais forte, mas….
Claro que muito do nosso progresso ao longo dos séculos se deve realmente a esse desejo de querer mais, maior, melhor, mais rápido, mais forte, mas….
Quem
quer sempre mais, nunca vai ter o suficiente.
Manter o objectivo de intencionalmente
querer “mais”, vai provavelmente ajudar a que se consiga mais. Mas depois de ter mais, vai querer-se ainda
mais. E depois mais. A única coisa que
este “querer mais” nunca vai trazer é felicidade. Nunca vai trazer plenitude, aquele sentimento
de se sentir bem e satisfeito com o que se tem hoje.
As crianças e jovens crescem com este exemplo, muitas vezes sem se aperceberem
das dificuldades dos pais (ou fingindo não
se aperceberem) pedem, exigem… e recebem, sem fazerem qualquer esforço. Depois, queixam-se estes pais que dão tudo aos filhos
e não entendem como eles se desviaram do bom caminho! Confessam também, muitas
vezes, que passam os dias todos longe dos filhos a trabalhar, não têm tempo
para estar com eles e essas prendas são uma forma de aproximação. Quanto engano!
Os adultos, não querendo “falhar”
com os mais novos, ou porque os amigos têm, os vizinhos têm… nunca dizem “não”.
À medida que os anos passam, e se
continua a lutar por mais – mais coisas, mais dinheiro, mais reconhecimento…
provavelmente consegue-se. O desejo
combinado com muito, muito trabalho é
uma coisa poderosa. E acaba-se por
conseguir aquilo que se pensa que se quer.
Aquilo
que se pensa que se quer…
Mas…. viver desta forma, sempre com este objectivo, têm um preço. Impede que se saiba apreciar
aquilo que se tem hoje e não se é feliz.
Em vez de se apreciar um apartamento
confortável e já pago, anda-se atarefado a trabalhar sem parar para se poder
comprar a vivenda de sonho, que por sua vez vai dar mais despesas. Em vez de
se passar mais tempo com a família, em especial com os filhos, fica-se a fazer
horas no escritório, na tentativa de se conseguir aquela promoção que se tem
debaixo de olho, ou para comprar o carro novo que apareceu na televisão… ou
para um telemóvel de última geração, ou para a consola que os miúdos pediram.
É mesmo
preciso ? Para a felicidade ? E depois, o que será a seguir ?
E isto não se passa só a nível pessoal,
é a nível colectivo, mundial. É a aldeia
X que quer ter uma igreja maior do que a da aldeia vizinha… o mesmo para as
cidades e países, as melhores estradas, as armas mais potentes…
Já perceberam não é ? Este “querer mais” não é necessariamente mau…porque
ele nos faz evoluir, só que tem que ser muito
bem doseado. E sobretudo para não transmitirmos esse
exemplo às gerações futuras, criando pessoas completamente escravas do ter,
cheias de bens materiais mas profundamente infelizes.
Nesta escravidão do TER,
as pessoas esquecem-se de parar, conversar, escutar os silêncios, interpretar
os olhares, estender a mão, dar um beijo ou, simplesmente, dizer que se amam.
Isso sim, é que é importante. Estas atitudes é que criam e fortalecem os
laços entre as pessoas !
Afinal, temos tanta
coisa à mão que não gozamos, que não
valorizamos porque vivemos no sofrimento permanente que nos falta sempre qualquer coisa
para sermos felizes realmente! É um engano!
Com os mais novos, existem inúmeras vezes que, em vez da compra de um objecto para lhes oferecermos para os fazer felizes, bastaria acariciar-lhes os cabelos para despentear os pesadelos e encaracolar os sonhos que comandam a vida.
Beijinho
Com os mais novos, existem inúmeras vezes que, em vez da compra de um objecto para lhes oferecermos para os fazer felizes, bastaria acariciar-lhes os cabelos para despentear os pesadelos e encaracolar os sonhos que comandam a vida.
Beijinho