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sexta-feira, 19 de abril de 2013

É Sexta-Feira

e nem de propósito!  Tirei hoje uma carta para reflexão e recebi do Tarot a mensagem do ...


Eremita


Como estamos a entrar num fim de semana, a mensagem desta carta faz todo o sentido!  Desligar um pouco do mundo, estar mais "comigo" e com os meus.

Porque andamos sempre muito ocupados. O trabalho ocupa-nos, a família ocupa-nos, o lazer ocupa-nos. Todos temos milhares de coisas para fazer e estratégias para não as perdermos de vista. E quando, por milagre, temos um momento de ócio… enchemo-lo com qualquer coisa.


Parece que a maior parte das pessoas têm egos que se  definem-se pelo que fazem e se não estiverem ocupados não existem o suficiente. Na sua perspectiva é o grau de ocupação, lista de afazeres, número de contactos no telemóvel que definem a sua importância.


Claro que há quem seja uma lástima a definir prioridades e quem se organize melhor. Enquanto os primeiros correm de uma coisa para a outra, sempre deixando pontas soltas e tarefas por acabar, os segundos, conseguem simplesmente encaixar mais coisas na agenda. Mas, com mais ou menos stress e mais ou menos eficácia, em ambos os casos estão sempre ocupadíssimos.


É certo que para a maioria de nós a vida é uma longa lista de afazeres, de intermináveis e repetitivas tarefas que realizamos em piloto automático.  Trabalhamos o dia todo e quando paramos vemos televisão, bebemos copos, drogamo-nos (com drogas legais ou ilegais) porque permanecer no momento presente é simplesmente insuportável.


Esta “ocupacionite” é uma forma de preenchermos um qualquer vazio que erradamente sentimos e que é mais uma forma que o nosso ego tem de desviar a nossa atenção.  

Mesmo quando nos queixamos que não temos tempo para tudo, criamos mais ocupações sem nos darmos conta, porque estar ocupados faz-nos sentir importantes. E ser importante significa que não podemos parar, que não temos tempo para ficar doentes, que nada funciona sem nós. Ser importante é uma prioridade absoluta na nossa vida para que deixemos de nos sentir inexistentes.  Porque será ?


Além disso, estar ocupados permite-nos evitar a realidade. Assim não temos que ponderar a realidade da impermanência, a certeza da morte, a inevitabilidade do sofrimento. Somos tão importantes e tão essenciais ao funcionamento do mundo que não nos é permitido parar para reflectir – isso é só para quem não tem nada que fazer.


Assim os anos vão passando sem termos percebido que nós, e todos os que amamos (se tivermos tempo para amar) vamos morrer. Nesse dia toda a gente irá passar sem nós. Todas as tarefas ficarão por terminar. E o mundo certamente não irá acabar por isso.


Claro que não podemos riscar das nossas listas todas as ocupações que lá se encontram. Temos que trabalhar, alimentar a nossa família e fazer as milhentas coisas que daí derivam. Mas podemos tentar avaliar se tudo o resto é verdadeiramente necessário ou apenas uma forma de nos sentirmos existir...
É bom de vez em quando parar, dizer "chega" e estar simplesmente só, para pensar, reflectir, sentir, estar só connosco.  Experimentem, primeiro pode parecer estranho, assustador, mas com o tempo aprendemos que é assim que podemos encontrar paz interior e a resposta a muitas coisas que à primeira vista não vemos por causa do "barulho" do mundo.
Faz bem à alma!

Beijinho