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terça-feira, 7 de maio de 2013

Querer sempre mais...

Querer sempre mais é uma coisa natural do ser humano.  Os homens das cavernas tinham uma pele de veado e queriam ter duas.  Nos tempos da corrida ao ouro, quem encontrava uma pepita queria encontrar duas.  Hoje em dia, quem tem um bom emprego, quer ter um emprego melhor.   Quem tem um apartamento quer ter uma boa vivenda. E com as crianças e os jovens é a mesma coisa, querem sempre mais, é o exemplo que têm...


A explicação para isto é simples, tão simples que até dói:  quer seja dinheiro, bens materiais ou posição, toda a gente está progamada para querer mais.  Vive-se para o TER, em vez do SER 


Claro que muito do nosso progresso ao longo dos séculos se deve realmente a esse desejo de querer mais, maior, melhor, mais rápido, mais forte, mas….
Quem quer sempre mais, nunca vai ter o suficiente.
Manter o objectivo de intencionalmente querer “mais”, vai provavelmente ajudar a que se consiga mais.  Mas depois de ter mais, vai querer-se ainda mais. E depois mais.  A única coisa que este “querer mais” nunca vai trazer é felicidade.  Nunca vai trazer plenitude, aquele sentimento de se sentir bem e satisfeito com o que se tem hoje.
As  crianças e jovens  crescem com este exemplo, muitas vezes sem se aperceberem  das dificuldades dos pais (ou fingindo não se aperceberem) pedem, exigem… e recebem, sem fazerem qualquer esforço. Depois,  queixam-se estes pais que dão tudo aos filhos e não entendem como eles se desviaram do bom caminho! Confessam também, muitas vezes, que passam os dias todos longe dos filhos a trabalhar, não têm tempo para estar com eles e essas prendas são uma forma de aproximação.   Quanto engano!   Os adultos, não querendo “falhar” com os mais novos, ou porque os amigos têm, os vizinhos têm… nunca dizem “não”.
À medida que os anos passam, e se continua a lutar por mais – mais coisas, mais dinheiro, mais reconhecimento… provavelmente consegue-se.  O desejo combinado com muito, muito  trabalho é uma coisa poderosa.  E acaba-se por conseguir aquilo que se pensa que se quer.
Aquilo que se pensa que se quer…

Mas…. viver desta forma,  sempre com este objectivo,  têm um preço.  Impede que se saiba apreciar aquilo que se tem hoje e não se é feliz.
Em vez de se apreciar um apartamento confortável e já pago, anda-se atarefado a trabalhar sem parar para se poder comprar  a vivenda de sonho, que por sua vez vai dar mais despesas.   Em vez de se passar mais tempo com a família, em especial com os filhos, fica-se a fazer horas no escritório, na tentativa de se conseguir aquela promoção que se tem debaixo de olho, ou para comprar o carro novo que apareceu na televisão… ou para um telemóvel de última geração, ou para a consola que os miúdos pediram.
É mesmo  preciso ?  Para a felicidade ?  E depois, o que será a seguir ?
E isto não se passa só a nível pessoal, é a nível colectivo, mundial.  É a aldeia X que quer ter uma igreja maior do que a da aldeia vizinha… o mesmo para as cidades e países, as melhores estradas, as armas mais potentes…
Já perceberam não é ?  Este “querer mais” não é necessariamente mau…porque ele nos faz evoluir,  só que tem que ser muito bem doseado.    E sobretudo para não transmitirmos esse exemplo às gerações futuras, criando pessoas completamente escravas do ter, cheias de bens materiais mas profundamente infelizes.   
Nesta escravidão do TER, as pessoas esquecem-se de parar, conversar, escutar os silêncios, interpretar os olhares, estender a mão, dar um beijo ou, simplesmente, dizer que se amam.  Isso sim, é que é importante. Estas atitudes é que criam e fortalecem os laços entre as pessoas !
Afinal, temos tanta coisa  à mão que não gozamos, que não valorizamos porque vivemos no sofrimento permanente que nos falta sempre qualquer coisa para sermos felizes realmente!   É um engano!
Com os mais novos, existem inúmeras vezes que, em vez da compra de um objecto para lhes oferecermos para os fazer felizes, bastaria acariciar-lhes os cabelos para despentear os pesadelos e encaracolar os sonhos que comandam a vida. 

Beijinho